Na Sociedade da passividade a saúde é um caos
Observo que nós brasileiros (para não dizer
picuienses) não temos muito o jeito de protestar no cotidiano. A corrupção dos
políticos, por exemplo, o aumento de impostos, o descaso nos hospitais, as
filas imensas nos bancos e a violência diária, não são temas discutidos nos
espaços que de fato deveria, gerando uma massa de alienados. Fico perguntando
por que isso acontece?
Ao chegar do trabalho dei uma pausa na correção das provas e deixei o legislativo de
lado e comecei a ler sobre “a passividade de um povo”, daí encontrei um estudo
de Fábio Iglesias, doutor em Psicologia e pesquisador da Universidade de
Brasília (UnB). Segundo ele, o brasileiro é protagonista do fenômeno
“ignorância pluralística”, termo usado pela primeira vez em 1924 pelo americano
Floyd Alport, pioneiro da psicologia social moderna.
“Esse comportamento
ocorre quando um cidadão age de acordo com aquilo que os outros pensam, e não
por aquilo que ele acha correto fazer. Essas pessoas pensam assim: se o outro
não faz, por que eu vou fazer?”, diz Iglesias. O problema é que, se ninguém diz
nada e consequentemente nada é feito, o desejo coletivo é sufocado. O
brasileiro, de acordo com Iglesias, tem necessidade de pertencer a um grupo.
“Ele não fala sobre si mesmo sem falar do grupo a que pertence.”
Dessa forma, acredito
que o ato de questionar a ineficiente política de saúde municipal não é uma
afronta, é um ato cidadão, mas analisando friamente, o jargão de “quem só faz
crítica pela crítica, ou mesmo de mente medíocre” que carrego, pelo menos por aqueles
que eu já incomodei, acredito que ainda falta muita cosia para avançarmos,
principalmente pelo reclame e o desabrochar do pensar daqueles que sofrem com a
ausência ou ineficiência da saúde do município de Picuí.
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