O poeta e o aprendiz: Ferreira Gullar e Wellyson
Marlon Jr. frente a frente
O maior poeta
vivo do Brasil e prêmio Camões 2010 – a mais importante distinção dada a um
escritor de língua portuguesa -, Ferreira Gullar, 81, recebeu em seu
apartamento, no Rio de Janeiro, o picuiense Wellyson Marlon Jr., 22. Um
encontro premeditado pelo jovem há anos. No último dia 30 após desembarcar no
aeroporto do Galeão, o picuiense Wellyson não hesitou em procurar o poeta
Gullar em sua residência, à Rua Duvivier, em Copacabana. A ousadia lhe custou
um livro de presente, Rabo de
Foguete – Os Anos de Exílio, uma revista
e um livro autografados, e um excelente bate-papo cabeça de mais de uma hora
sobre literatura, arte, ciência, política, memórias, religião, Deus, ABL, José
Sarney, Oscar Niemeyer, Fidel Castro, Socialismo, Comunismo, Capitalismo,
mundo, enfim.
O poeta Ferreira
Gullar é lido com voracidade pelo picuiense Wellyson Marlon Jr. desde seus 17
anos. Do primeiro livro de poesia, Um
pouco acima do chão, ao último, Em
alguma parte alguma. São treze livros lidos e relidos incontáveis vezes.
Passando, é claro, pelo famoso e premiado Poema
Sujo, de 1975, - com mais de cinquenta páginas e mais de dois mil versos -
escrito no exílio em Buenos Aires durante a ditadura militar do Brasil, considerado
por Vinícius de Moraes, “o mais importante poema escrito em qualquer língua nas
últimas décadas”. E segundo o grande crítico literário Otto Maria Carpeaux o Poema Sujo deveria chamar-se “Poema Nacional,
porque encarna todas as experiências, vitórias, derrotas e esperanças do homem
brasileiro”. Tamanho o impacto que produziu, à época, e ainda produz que o diga
o aprendiz Wellyson. Sem falar também da leitura incessante de parte da prosa:
ensaios, crônicas, artigos e textos aleatórios.
Em 2011 Wellyson
escreveu o poema Pulsão Estelar: Vida dedicada ao seu sobrinho Kauã
Nícolas e a Ferreira Gullar. Após enviá-lo ao poeta o reconhecimento foi
instantâneo, seu último livro de poesia especialmente autografado para ele. O
poema foi publicado pelo Correio das Artes (suplemento literário do jornal A
União), em setembro de 2011. Com lançamento em João Pessoa e parte do Estado da
Paraíba. Até um jornalista da Rede Globo de Televisão, George Moura, soube do
poema. E agraciou Wellyson com a biografia de Gullar, escrita pelo mesmo.
“Quando vi
Ferreira Gullar quase não acreditei que fosse ele, mais parecia um sonho.
Então, lhe disse: ‘o senhor existe!’, Gullar riu com naturalidade, pois deve
ouvir muito isso por aí.” Diz o audacioso picuiense. “Foi um encontro divino, o
universo conspirou ao meu favor, tenho certeza. Não quer dizer que Gullar vá
receber todos em sua casa.” Completa.
Após o primeiro
encontro outros dois se sucederam. “Um dos meus heróis de adolescência acabei
conhecendo facilmente. Ferreira Gullar quase que inatingível. Às vezes nem dá
pra acreditar. Mas é verdade, não estou em estado feérico. Seria interessante
que as pessoas comuns estivessem frente a frente com seus ídolos para
entenderem o que significa pra mim.” Enfatiza feliz, o picuiense Wellyson
Marlon Jr.
2 comentários:
Esse jovem de mente e olhos brilhantes vai chegar lá...e a sua estrela vai brilhar...
Ele não é um jovem comum... tem algo de especial... veio do meio popular, lá da base da pirâmide social, sem voz e sem vez, como muitos jovens... Mas Wellyson é diferente... ela vai ter voz e vez, vai assumir a sua história, apesar das dificuldades...Parabéns! Picui vai ter orgulho desse jovem talentoso.
Esse jovem de mente e olhos brilhantes vai chegar lá... e a sua estrela vai brilhar...Veio do meio popular, da base da pirâmide social, sem voz e sem vez como muitos jovens da sua idade. Mas, Wellyson não me parece um jovem comum, ele tem algo de especial...Tem uma mente brilhante... Ele vai realizar o sonho de ser um poeta e escritor...Parabéns. Normândia
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